Muitas razões há para que levemos até si este jornal impresso, mas duas se afiguram fundamentais e preponderantemente relevantes para que o tenhamos pensado, desenhado, escrito, impresso e distribuído.
A primeira é a razão que lhe dá o próprio título, Terras de Basto. Um território …com gente dentro, sublinhamos nós. Um lugar com história, com muita história humana, que lhe imprimiu uma identidade forte e lhe deu coesão. A terra e as suas gentes, como sói dizer-se. Sim, é esse o nosso primeiro objeto, o lugar e as pessoas que o fizeram e continuam a fazer, o espaço e as pessoas que o habitam e nele interferem.
É neste espaço que encontramos cerca de 50 mil razões para desenvolver este projeto jornalístico, tantas quantas as que enformam estes quatro concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena, uma identidade feita bem longe, mas que carece de ser potenciada a vários níveis, para lá de políticas do momento e de decisões de outras índoles.
Permitam-me justifique, aliás, a representação gráfica que escolhemos, também para responder ao oficial registo junto da entidade reguladora: a imagem estilizada de quem empresta o nome a esta região. Tínhamos a alternativa do castelo ou do monte, mas será que algum deles representaria melhor do que a estatueta este conceito de coesão por que nos propomos pugnar?! Pois, achámos que não. Perdoem-nos, se não concordarem.
Mas falemos da segunda razão capital para esta materialização que tem em mãos. Ela é puramente jornalística. O Terras de Basto – sublinhe-se – é um projeto jornalístico «de informação geral e opinião livre», é «um órgão de comunicação republicano, democrata e independente de qualquer credo, ideologia ou poder económico», como enunciamos no nosso estatuto editorial.
Se estas são as premissas de que não abdicaremos, outra coisa é por que o fazemos. E se a primeira razão seria bastante, esta segunda tem em conta a evidente carência de uma plataforma de comunicação que ajude a coser a malha social em que se envolvem todos quantos dão corpo a esta realidade territorial, socio-política e cultural.
Por muito que as vicissitudes do momento nos desaconselhem investimentos em projetos de comunicação à escala regional, designadamente em suportes que alguns teorizam de outras eras, acreditamos que propostas válidas de jornalismo sério, a que se propõe o Terras de Basto, serão capazes de granjear a confiança dos seus destinatários e de merecer a adesão das gentes de Basto.
E se acreditamos poder alcançar esse desiderato, temos em conta, por exemplo, a reflexão que ora se impõe aos fazedores de comunicação sobre os sinais que dão conta de um certo «evitar ativo de notícias», consequência, desde logo, da saturação com que nos entram pelos olhos adentro, verdadeiras ou falsas, numa oferta vinda de desconhecidos, que no-las põem nas palmas da mão. Impõe-se.por isso, um jornalismo credível, em que as pessoas possam confiar.
Claro que não podemos ignorar o incomensurável mundo que a digitalização nos oferece, até porque já nada acontece sem a tecnologia que faz esta aldeia global.
Mas à plataforma digital por onde nos propomos veicular, instante a instante, a informação que vamos produzir e à complementaridade que as designadas redes sociais lhe podem acrescentar, ajuntamos, tal como o “Einkommende Zeitungen” impresso a meio do século XVII na cidade de Leipzig, um jornal convencional, em papel e com cheiro a tinta, que, acreditamos, vai agradar a muitos, mais velhos e mais novos.
Aduzindo justificações para esta convicção, afiguram-se oportunas as conclusões por estes dias saídas do “Digital News Report Portugal 2024”, um relatório produzido pelo Observatório da Comunicação que se dedica a dar a conhecer «a relação dos portugueses utilizadores de Internet com os conteúdos informativos, as marcas de notícias e o jornalismo»: «a transparência dos media é o aspeto que os portugueses dizem ser mais importante para a definição da sua confiança em notícias».
E se para a transparência do projeto jornalístico em apreço pode contribuir a básica informação de sobre quem recai a sua responsabilidade editorial e financeira, ela aqui fica: os conteúdos jornalísticos desta plataforma multimodal são tutelados por este que vos fala e assina, com a carteira profissional 4625, e longos anos de experiência; já a estrutura administrativo-financeira que se propõe suportar esta empreitada é liderada por um parceiro experiente na gestão empresarial, homem de sensibilidade social e olhar atento à realidade envolvente; ambos subscrevemos em exclusivo o capital social da “Letras Estratégicas”, embrulho em que se apresenta o Terras de Basto.
Resta-nos agradecer a colaboração de quantos têm contribuído para este processo fundacional e de quantos vão poder contribuir para o seu êxito, seja enquanto leitores, seja como investidores na vertente comercial deste suporte de comunicação que se propõe plural. Desejamos que venham connosco.