O Arciprestado de Cabeceiras de Basto foi o primeiro da Arquidiocese de Braga a instituir, com provisão canónica, os conselhos pastorais em todas as suas paróquias. Isto mesmo foi realçado na cerimónia que encerrou as visitas pastorais a este arciprestado, a 15 de novembro, na igreja paroquial do Arco de Baúlhe.
De acordo com o padre Rui Marques de Araújo, este foi, aliás, o epílogo da «presença renovadora» dos bispos nas comunidades cabeceirenses, um «impulso» que culminou com a entrega da provisão canónica dos conselhos pastorais paroquiais.
Para o pároco de Arco de Baúlhe, Faia e Vila Nune, este foi «um passo importante para o fortalecimento da vida comunitária e da corresponsabilidade eclesial, lançando sementes que certamente frutificarão nas paróquias e no coração dos fiéis».
Foi, aliás, o vice-arcipreste quem fez questão de realçar que Cabeceiras de Basto «foi o primeiro arciprestado a dar um salto na implementação, em todas as comunidades, de um conselho pastoral paroquial».
A provisão canónica dos conselhos pastorais paroquiais é o ato oficial pelo qual o bispo diocesano constitui e reconhece juridicamente um conselho pastoral paroquial, de acordo com o que prevê o Direito Canónico e as normas da própria diocese.
O texto da provisão menciona a finalidade do conselho, que, segundo o Direito Canónico, é a de «estudar, ponderar e propor conclusões práticas sobre as atividades pastorais da paróquia», ou seja, trata-se de um organismo consultivo, não deliberativo, e auxilia o pároco na missão pastoral.
A provisão aprova ou confirma também os estatutos do conselho, com regras sobre: a composição, mandatos, forma de eleição dos membros, funcionamento das reuniões, e competências. Em muitas dioceses, a provisão inclui ainda a nomeação canónica dos membros eleitos ou indicados.

Encerramento da visita
O Arciprestado de Cabeceiras de Basto viveu, assim, a 15 de novembro, o encerramento da visita pastoral, uma etapa marcada pela alegria, em que a receção aos bispos de Braga ficou a cargo do Grupo de Bombos de Atei, que, com o seu entusiasmo e identidade cultural, abriu caminho para uma tarde de celebração vivida com grande fervor.
A eucaristia foi celebrada na igreja paroquial de Arco de Baúlhe, no que coincidiu com a festa em honra do padroeiro, São Martinho, uma coincidência que permitiu sublinhar o espírito de renovação e de missão que se quis transmitir neste encerramento pastoral, unindo tradição, fé e comunidade numa só celebração.
Perante o clero do arciprestado e uma assembleia participativa, escutaram-se as palavras inspiradoras do arcebispo, José Cordeiro, que reafirmou o apelo central destas visitas: «Levar Jesus a todos e todos a Jesus», uma frase simples que deixou eco nos fiéis como convite à missão, à abertura e à esperança.
De acordo com o relato feito pelo jornal oficial da arquidiocese, foram muitos os gestos de carinho que marcaram as visitas pastorais: palavras de proximidade, sorrisos sinceros, olhares que encorajam e abraços que aquecem a alma. «O abraço afetuoso com que os bispos envolveram as comunidades cabeceirenses ficará gravado na memória coletiva, não apenas como um gesto humano, mas como expressão da ternura de Deus que continua a caminhar com o seu povo», afirma-se.
Num gesto de gratidão, as comunidades de Arco de Baúlhe, da Faia e de Vila Nune, em nome do arciprestado, ofereceram aos bispos uma pintura a óleo representando a imagem que serviu de ícone às visitas. «Nos raios de sol que envolvem a figura do Pastor, reconhece-se a luz que orienta, a paz que conforta e a esperança que anima. Esta obra sintetiza, de forma tocante e simbólica, o espírito vivido: uma Igreja que caminha lado a lado, guiada pelo Evangelho e iluminada por Cristo», destacava-se.
Após a celebração litúrgica, a festa continuou nas instalações da Cruz Vermelha Portuguesa de Arco de Baúlhe, onde fiéis e pastores partilharam uma refeição típica e regional, momento fraterno que reforçou ainda mais o sentido de comunidade. Também em honra de São Martinho, não faltaram as castanhas, o vinho novo, o caldo verde e um bolo especial que assinalou este tempo «tão belo e marcante».








