«Não podemos ficar indiferentes, temos de atuar, temos de ir à raiz do problema, temos de ser agentes de mudança. No ano de 2024 morreram 22 pessoas, 19 mulheres e 3 homens; em 2025, o número subiu para 24. Algo está mal, muito mal. A violência doméstica é um crime público há 25 anos, todos somos responsáveis, é preciso agir com maior determinação». Esta é a convicção do vereador da Ação Social na Câmara de Celorico de Basto.
Falando a propósito da X Semana de Prevenção e Combate à Violência Doméstica, iniciativa municipal que investe na sensibilização para este «flagelo», José Sousa sublinhou a importância da rede social concelhia e do “Gabinete Girassol”, que reúnem condições para acolher as vítimas e afastá-las do agressor, distanciando-as da violência.
Foi neste contexto que o autarca – que ora assumiu esta pasta municipal – exortou os celoricenses a denunciar junto das entidades competentes qualquer situação de violência doméstica de que tenham conhecimento. «Só assim se pode ajudar as pessoas que se encontram nesta situação», diz.
A X Semana da Prevenção e Combate à Violência Doméstica decorreu entre 24 e 28 de novembro e pretendeu reforçar a consciência coletiva sobre a gravidade deste problema, sensibilizando a comunidade para a importância da denúncia e da proteção das vítimas.
O programa abriu, a 24 de novembro, com a apresentação do trabalho dramático “A Terra da Igualdade”, dirigida ao 3.º ano de escolaridade. «Através da expressão artística, procurou-se transmitir às crianças valores fundamentais como o respeito, a igualdade de género e o repúdio de qualquer forma de violência, incutindo-lhes desde cedo uma cultura de não tolerância a comportamentos abusivos», afirma-se numa nota oficial.
No mesmo dia, foi promovida uma «homenagem às vítimas de violência doméstica», através da colocação de um “cemitério de cruzes” nos quatro polos urbanos concelhios, «simbolizando cada cruz uma vida perdida ao longo de 2024 devido a este crime».
Conforme sublinhou o vereador da tutela, até ao momento já foram mortas neste ano 24 pessoas, vítimas de violência doméstica, um número «que a todos deve envergonhar».








