Quarta-feira, Julho 2, 2025
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E foi o próprio governador quem levou o Banco de Portugal à escola

Estabilidade de preços, estabilidade financeira ou importância da educação para as sociedades e para a economia. Foram temas que Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, abordou na aula que, a 11 de outubro, veio dar a mais de uma centena de alunos da Escola Secundária de Celorico de Basto.

Ao ex-ministro das Finanças, o auditório colocou questões sobre temas tão diversos como a atração de investimento, o futuro da “Autoeuropa” ou as clivagens salariais entre diferentes profissionais e nenhuma das perguntas ficou sem resposta.

Ao chegar ao auditório municipal, depois de um passeio pelo centro da vila – onde estava pela primeira vez, mas de onde tem gente que trabalha consigo –, Mário Centeno dizia ser sua intenção «falar do Banco de Portugal, do que faz um banco central, de economia», e perceber «quais as preocupações» dos alunos. «Estas conversas, feitas em forma de aula, têm mais importância quando ouvimos o que eles têm para nos dizer», afirmava.

«Temos aqui alunos do 10.º, 11.º e 12.º anos; porventura já estão a pensar no seu futuro profissional; isto acaba por ser uma aula muito interessante e prática para estes alunos, que já têm um bocadinho de literacia financeira, não é?», comentava, adiantando ser seu propósito falar ainda de algo muito importante para a economia do país, «o significado dos investimentos que estão a fazer nesta fase da vida» desde logo «o tempo que passam na escola».

Lá dentro havia de sublinhar isso mesmo: «quando chegámos ao século XXI, apenas 40% dos jovens entravam no mercado de trabalho com pelo menos o ensino secundário completo; no final dos anos 90, três quartos dos jovens entravam no mercado de trabalho com o 9.º ano ou menos; se estivéssemos há vinte e poucos anos atrás, 75% de vocês que estão nesta sala não estariam cá, já estava a trabalhar… três em cada quatro; e isso não permitia que o país tivesse ambição».

Em linguagem acessível ao auditório, Centeno falou, por exemplo, da descapitalização bancária. «Felizmente, hoje temos bancos capitalizados; o capital dos bancos é aquilo que permite a esses bancos fazer frente a flutuações na sua atividade; os bancos recebem os nossos depósitos, as nossas poupanças – o tal conceito absolutamente essencial, que temos sempre de preservar –, poupanças que emprestam a outras pessoas, às empresas ou ao Estado, que precisam desse dinheiro para investir; quando correm mal estes investimentos, as coisas começam a ficar difíceis para os bancos, porque estão a emprestar o nosso dinheiro», explicou.

O governador do Banco de Portugal – que tinha a ouvi-lo o presidente da Câmara Municipal, Peixoto Lima, ou o presidente da direção do Agrupamento de Escolas, Domingos Carvalho – relevou a importância daquela iniciativa para a própria instituição que representa. «Foi isso que colocámos no plano estratégico que estamos a executar, trazer o Banco para junto das pessoas, explicar as nossas funções, para que todos estejam informados e possam avaliar as decisões tomadas», justificou.

Peixoto Lima, que felicitou a Professora Antónia, quem teve a grande responsabilidade de organizar a sessão, fez questão de assumir o «enorme orgulho» por receber o governador do Banco de Portugal no concelho, sublinhando a «oportunidade única» dos jovens locais poderem discutir e partilhar conhecimentos com Mário Centeno.

«Lembro-me de, quando era jovem, haver transações efetuadas em géneros e de as relações no trabalho serem de entreajuda, na maior parte dos casos… Esta semana estive na Assembleia da República e assisti a uma sessão sobre Inteligência Artificial, falámos em criptomoedas… Também na área financeira sentimos a evolução de forma galopante, o que é preciso acompanhar», considerou o autarca.

Já Domingos Carvalho, agradeceu a presença do governador do Banco de Portugal, que «permitiu acrescentar valor à formação dos estudantes» celoricenses, desde logo ao abordar temas complexos de forma clara e acessível. A presença de Centeno na Escola Secundária de Celorico de Basto, «não só enriquece o curriculum escolar, como deixa também uma marca duradoura nos nossos alunos, motivando-os a refletir sobre a importância da educação financeira nas suas vidas», disse. [Redação].

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