Sexta-feira, Dezembro 26, 2025
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PS/Cabeceiras: Gonçalves abandona comissão política

Manuel Gonçalves, líder da bancada socialista na Assembleia Municipal de Cabeceiras de Basto no final do mandato anterior, vai apresentar na próxima semana a demissão de membro da comissão política concelhia do seu partido, estando igualmente a ponderar o que deverá decidir relativamente à sua permanência no plenário municipal sem que da sua decisão resultem prejuízos para o PS.

Esta tomada de posição – expressa ao Terras de Basto em dia de consoada natalícia – resulta do desagrado com que acompanha a gestão política do seu partido, designadamente as decisões de quem traçou a estratégia eleitoral que conduziu a uma «monumental derrota»: Fernando Basto, enquanto presidente da concelhia socialista, e Francisco Alves, então presidente da câmara.

Manuel Gonçalves insurge-se, neste contexto, contra a permanência na vereação e nos órgãos do partido daqueles que são «os grandes responsáveis pela monumental derrota sofrida pelo PS nas últimas eleições autárquicas».

Esta derrota – sublinha – é, aliás, fruto de uma estratégia que considera «muito mal delineada» e de uma campanha «desastrosa», alegadamente planeada «à revelia da comissão política, pois a única coisa que aí foi votada foi a escolha do candidato a presidente de câmara».

Neste contexto, o destacado militante socialista traz à colação as reuniões feitas com a direção nacional do PS antes das eleições autárquicas, designadamente com o secretário-geral José Luís Carneiro, e que pretendiam encontrar uma candidatura consensual, em que teriam lugar Francisco Alves, como candidato à câmara, e Joaquim Barreto, como cabeça-de-lista à assembleia, indicando cada um deles nomes para a vereação.

Diz Gonçalves que essa seria uma candidatura «perfeitamente normal» e que «teria evitado» a derrota, tal como aconteceu.

Outra das considerações feitas a este jornal pelo militante socialista é a de que o acordo alegadamente estabelecido entre o PS e o movimento de cidadãos “Independentes Por Cabeceiras”, liderado por Jorge Machado, «nada acrescentou à votação» alcançada nas autárquicas de 12 de outubro.

Recorde-se que, embora os socialistas nunca tenham assumido publicamente um acordo eleitoral com o “IPC”, este movimento – provavelmente na sua única comunicação oficial do mandato – tornou público o apoio à candidatura autárquica do PS, anunciando a sua não participação nas eleições, exceto nas assembleias de freguesias de Cavez e de Pedraça, onde os socialistas não apresentariam candidatura.

Nas declarações ao Terras de Basto, Manuel Gonçalves refere-se também à escolha da cabeça-de-lista à Assembleia Municipal, Andreia Ribeiro – que já se demitiu do plenário por desacordo com a direção do partido. «Nada disto foi objeto de discussão e aprovação na comissão política, tendo sido violados, desta forma, os estatutos do partido», diz.

O comissário concelhio volta aos resultados eleitorais – nas 14 freguesias, o PS «não ganhou numa única mesa de voto» — para afirmar que seria normal «a demissão dos responsáveis de todos os órgãos do partido» e que Francisco Alves e Fernando Basto, eleitos como únicos vereadores do PS, não deviam ter tomado posse.

«Nada disso aconteceu; continuam a assobiar para o lado, como se nada tivesse acontecido. Tudo isto está a conduzir o partido para um “lamaçal”, de que será difícil voltar a tirá-lo», verbaliza, sublinhando que, «com estes protagonistas», «o Partido Socialista vai desaparecer em Cabeceiras de Basto».

Gonçalves refere-se ainda à forma como foram feitas, terça-feira (22), meia-hora antes de se iniciar o plenário, as eleições para a liderança da bancada do partido na assembleia municipal, ato em que não esteve presente, alegadamente por se encontrar doente e retido em casa.

Tal como noticiou este jornal na circunstância, os dirigentes socialistas escolheram então Pedro Barroso de Oliveira para chefiar a bancada socialista, em detrimento do número dois da lista eleitoral, Nóbrega de Moura, indicado pelo “IPC”. Embora não estivesse presente, o nome de Manuel Gonçalves também foi proposto, mas «só obteve um voto», disse fonte que participou na escolha.

Refere-se também ao “quiproquo” em que ele próprio esteve envolvido na penúltima sessão da assembleia municipal – sanado pelo presidente do órgão – quando «se esqueceram» de indicar o seu nome como proposta do partido para suplente na representação do município na Comissão Intermunicipal do Vale do Ave.

«Como alguém com mais de 40 anos de militante e como ainda membro da comissão política, exijo a demissão de todos os órgãos do PS/Cabeceiras de Basto e dos senhores vereadores em exercício de funções, Francisco Alves e Fernando Basto», afirma, defendendo que o partido seja «gerido por uma comissão administrativa até à realização de novo ato eleitoral».

«Na próxima semana, irei apresentar o meu pedido de demissão da comissão política; na assembleia municipal, irei tentar encontrar a melhor forma de não prejudicar o partido», conclui a declaração feita ao Terras de Basto

Recorde-se que Gonçalves se demitiu já do grupo de camaradas que coordena a bancada da assembleia municipal, não tendo participado na sessão realizada terça-feira (22).

A comissão política concelhia do PS/Cabeceiras de Basto é agora presidida por Carla Lousada, sucessora de Fernando Basto, que, no meio da pressão que os militantes lhe faziam sentir, optou por se demitir apenas das funções diretivas no partido, mantendo-se como vereador e dirigente de várias instâncias a que ascendeu por força da liderança partidária. [JPM].

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