Os Bombeiros Voluntários Cabeceirenses não foram convidados para participar na mais recente reunião de preparação do designado Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais realizada na Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, soube o Terras de Basto.
De acordo com fonte oficial da corporação, a ausência do convite foi considerada «extremamente estranha e incompreensível», tendo em conta que, «seja qual for o enfoque da abordagem» feita na reunião, ela «tem de ter sempre em conta que os bombeiros são a espinha dorsal» de qualquer plano de combate a incêndios.
«Independentemente do assunto que a entidade promotora proponha para a reunião, mesmo que fosse sobre procedimentos ou atitudes ligadas à investigação dos fogos, como nos tentam fazer crer, afigura-se-nos incompreensível que para esse debate não fossem convidados os bombeiros», comenta.
Mesmo que a promotora da reunião tenha sido uma entidade externa ao município, a fonte contactada pelo Terras de Basto apenas comenta: «quando o jantar acontece em nossa casa, o responsável pelos convites aos nossos amigos somos sempre nós; além disso, parece de todo estranho que se faça uma reunião, alegadamente para “apresentar e analisar os trabalhos planeados e em curso pelas diversas entidades”, e não se convidem os bombeiros…».
Embora tenha acontecido já a 28 de abril, a realização da reunião em causa só esta terça-feira (6) foi tornada pública pela Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, através de uma nota nas suas redes sociais, em que deu conta de que neste encontro «de preparação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais» (DECIR 2025) «marcaram presença o presidente da Câmara, Francisco Alves; o vereador Fernando Basto; os comandante e segundo-comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Ave, Rui Costa e Celina Oliveira; a chefe do Núcleo de Coordenação Sub-Regional de Gestão de Fogos Rurais do Ave, Manuela Freitas; o chefe do Núcleo de Proteção Ambiental da GNR, Eduardo Gonçalves; bem como o coordenador municipal de Proteção Civil, Luís Freitas».
De acordo com a nota municipal, a reunião «teve como principais objetivos apresentar e analisar os trabalhos planeados e em curso pelas diversas entidades; identificar constrangimentos e promover soluções conjuntas; harmonizar e reforçar os procedimentos operacionais; analisar a capacidade de resposta municipal; analisar as medidas de antecipação e de apoio logístico às operações; bem como planear ações conjuntas de reconhecimento em áreas de risco».
Recordava então o município cabeceirense que a Comissão Municipal de Gestão Integrada de Fogos Rurais aprovara, por unanimidade, a 15 de abril, o Plano Operacional Municipal para este ano, plano «que visa estabelecer, de forma coordenada, o envolvimento das entidades intervenientes nas ações de vigilância, deteção, fiscalização, primeira intervenção, combate, rescaldo e vigilância pós-incêndio para os diferentes níveis de alerta da Gestão Integrada de Fogos Rurais».
Para este efeito – acrescentava – o plano conta com a disponibilidade de cinco equipas de sapadores florestais, uma equipa do Corpo Nacional de Agentes Florestais do ICNF, uma equipa do Núcleo de Proteção do Ambiente da GNR, duas equipas de intervenção permanente (EIP) e três equipas de combate a incêndios (ECIN) do Corpo de Bombeiros Voluntários Cabeceirenses, «bem como de outros meios complementares de apoio ao combate, adstritos às juntas de freguesia e às unidades locais de proteção civil».
«A Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto continua empenhada em agir de uma forma coordenada e articulada com todas as entidades integrantes do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais», concluía a nota. [JPM].