A valorização das levadas do Alvão, desenvolvida pelo Município de Mondim de Basto, foi um dos projetos financiados no âmbito da “Linha +Interior Turismo” cujos contratos foram homologados esta sexta-feira (31), em Viana do Castelo, pelo secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.
Na sessão, organizada pelo Turismo de Portugal, participou o presidente do município mondinense, Bruno Ferreira, que assinou o contrato enquanto entidade promotora do projeto, que representa um investimento global de 551 483,50€.
O autarca mondinense teve, assim, oportunidade de relevar «um conjunto de investimentos que objetivam fazer das “Levadas do Alvão” um produto turístico de excelência e através dele aumentar a atratividade turística do concelho, promovendo o desenvolvimento económico, social e ambiental».
Bruno Ferreira diz que se trata de «um projeto importante para toda a região» e que «vem valorizar o território e as comunidades, impulsionar a economia e a competitividade das empresas de turismo, mobilizar o trabalho em rede e a promover o desenvolvimento sustentável do concelho».
Na sessão foram dados a conhecer os sete projetos que vão ser desenvolvidos em territórios de baixa densidade, como é o caso da “Valorização das Levadas do Alvão”, uma rede de cinco levadas apresentada pelo município em junho de 2023 e que se consubstancia num pacote turístico com trilhos que percorrem 44 quilómetros e aliam a água à floresta para atrair mais visitantes ao concelho.
As cinco levadas são as mais utilizadas pelas empresas de animação turística, mas a perspetiva era então a de alargar esta rede a levadas existentes nos concelhos vizinhos, adiantou então Bruno Ferreira.
Pela serra do Alvão existem levadas, ou seja, canais feitos pelo homem para transportar água para irrigação de campos agrícolas semelhantes àquelas que se assumem como atração turística na ilha da Madeira.
Na altura foi também apresentada a plataforma ‘online’ “levadasdoalvao.pt”, em que era disponibilizada informação sobre as levadas de Piscaredo, Vilarinho, da Porca Russa, do Moinho do Lombo e a de São João São, que visa «facilitar ao máximo a visitação».
Trata-se, segundo é explicado na plataforma, de um «novo produto turístico que alia a água, florestas densas, trilhos sinuosos e experiências únicas de contacto com a natureza e a sua biodiversidade».
A Levada de Piscaredo é construída em granito, liga ao longo de 8,8 quilómetros Vilar de Ferreiros à vila de Mondim de Basto, é alimentada por água dos rios Cabrão e Cabril e é já uma das mais procuradas pelos adeptos do turismo de natureza. «Acaba por ser a levada mais icónica. Há registos de que terá sido construída no século XIII, portanto antes mesmo da construção das levadas da Madeira», afirmou então Bruno Ferreira, apontando assim para uma «relação direta dos transmontanos na construção das levadas» daquela ilha.
O projeto, segundo o autarca, resulta de uma estratégia de aposta e promoção do turismo de natureza, visando ainda «fazer justiça aos antepassados que colocaram a natureza ao serviço do desenvolvimento local». O objetivo é identificar mais levadas, envolver no projeto concelhos vizinhos como Ribeira de Pena, Cabeceiras de Basto ou Celorico de Basto, para implementar uma oferta regional e tirar partido de algo que «está intrínseco à história e identidade» deste território.
Em Mondim de Basto, as levadas aliam-se às Fisgas de Ermelo, quedas de água com 400 metros, no rio Olo, bem como à Senhora da Graça, localizada no alto do Monte Farinha e conhecida por acolher o final de uma etapa da Volta da Portugal em bicicleta, sendo palco para outras iniciativas ligadas ao desporto de natureza.
Na altura, o presidente da Câmara de Mondim de Basto revelou a intenção de apostar numa rede de cais fluviais. [Redação].