Domingo, Abril 13, 2025
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Cabeceiras: diretora-técnica da “Basto Vida” acumula com funções públicas

A diretora-técnica e coordenadora da Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Média Duração e Reabilitação da “Basto Vida” – cooperativa de solidariedade social de Cabeceiras de Basto – continua a exercer a função, mesmo depois de ter ingressado na função pública como enfermeira da Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa, soube o Terras de Basto.

De acordo com as fontes contactadas, que pedem o anonimato, Luísa Maria Teixeira Pereira tomou posse como enfermeira daquela ULS há cerca de um mês, facto que até hoje não foi dado a conhecer aos cooperantes.

Embora tenha sido afetada, depois do respetivo concurso, ao Hospital de Amarante, a responsável pelo quotidiano da “Basto Vida” tem-se mantido por Cabeceiras de Basto, alegadamente «a frequentar uma ação de formação no centro de saúde», no âmbito de uma Equipa de Cuidados Continuados Integrados.

O Terras de Basto tentou chegar à fala com Luísa Pereira a partir da “Basto Vida”, mas foi telefonicamente informado de que não se encontrava nas instalações, «talvez por ser quase a hora de sair».

Embora o ingresso na função pública fosse um desejo antigo da enfermeira cabeceirense – atual mulher do presidente e candidato socialista à Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Francisco Teixeira Alves –, algumas das fontes contactadas relevam o contrato agora estabelecido com a ULS do Tâmega e Sousa como «uma forma de tratar da vidinha enquanto é tempo», temendo dias profissionalmente menos agradáveis na eventualidade de o marido perder as eleições deste ano.

As mesmas fontes comentam, entretanto, que «só um eventual desconforto interno», motivado por querelas no seio da estrutura, ou então «a falta de confiança nos próximos resultados eleitorais» dos socialistas liderados pelo marido, podem justificar a preferência pelo exercício profissional em sítio distante da sua área de residência, em Outeiro – Cabeceiras de Basto.

A acumulação de funções públicas e de direção-técnica daquela exigente unidade de saúde da cooperativa cabeceirense – participada em cerca de 80 por cento pelo próprio município – não está a agradar aos dois cooperantes ouvidos por este jornal, particularmente pelo facto de, um mês depois, não lhe ter sido dada ainda qualquer informação pela direção da “Basto Vida”, a cuja direção preside a vereadora Carla Lousada.

O Terras de Basto tentou, igualmente, chegar à fala sobre este assunto com a presidente da direção, mas Lousada, invocando razões familiares, manifestou «disponibilidade bastante reduzida» para isso, sugerindo «o envio dos assuntos que pretende ver esclarecidos para o e-mail da “Basto Vida”».

Embora desconfiem da legalidade da acumulação de funções por parte da diretora-técnica, eventualidade que querem ver devidamente explicada, os cooperantes ouvidos comungam razões éticas para defenderem «o esclarecimento rápido desta situação», que, em sua opinião, «vai afetar o dia-a-dia da instituição», particularmente quando a diretora-técnica estiver a exercer enfermagem «fora de Cabeceiras de Basto».

Luísa Teixeira, funcionária da cooperativa e formada em Enfermagem pela Escola Superior do Vale do Ave, assumiu funções de diretora-técnica e coordenadora da Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Média Duração e Reabilitação da “Basto Vida” no primeiro semestre de 2019, depois de uma “guerra” interna em que exigiu o lugar, facto que levou à demissão da então presidente da direção, Fátima Oliveira, dirigente técnica do Município.

Depois de ter assumido em sede partidária que, também ele, «se podia demitir de presidente da Câmara Municipal», Francisco Teixeira Alves acabou por assumir o lugar deixado vago pela efetiva demissão de Fátima Oliveira, abrindo caminho para a nomeação da sua mulher como diretora-técnica.

Desta turbulência provocada pela nomeação de Luísa Oliveira não está isento de culpas o ex-presidente da Câmara Municipal e fundador da “Basto Vida” Joaquim Barreto, que acabou por garantir conforto aos interesses do casal, assumindo as quotas-partes de Fátima Oliveira e a presidência da assembleia geral, que ainda exerce.

Mais recentemente, consequência da suspeita ilegalidade da acumulação de funções de presidente da Câmara Municipal e de presidente da direção da sua participada “Basto Vida”, Francisco Alves acabou substituído nesta função pela vereadora socialista Carla Lousada.

Reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) desde 2 de novembro de 2010, a “Basto Vida” tem como principal objetivo a «prestação de serviços de interesse geral e a promoção do acesso dos cidadãos a bens e serviços essenciais, especialmente nas áreas da saúde e ação social», no município de Cabeceiras de Basto.

Entre as suas valências, destaca-se a Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Média Duração e Reabilitação, inaugurada a 26 de novembro de 2018. Esta unidade, integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), dispõe de 30 camas e destina-se a utentes de todas as idades que se encontrem em situação de dependência temporária ou permanente, necessitando de cuidados de reabilitação e/ou manutenção do estado de saúde e de apoio psicossocial.

Além disso, a cooperativa desenvolve respostas sociais inovadoras, como o Posto Móvel de Atendimento – em que Luísa Pereira iniciou funções –, os Espaços de Convívio e Lazer, o programa “Livros Sociais” e o programa “Medicamentos Sociais”, procurando, desta forma, responder às necessidades da população local e promover o bem-estar da comunidade. [JPM].

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