Vai avançar em 2025 a construção do parque eólico com 38 aerogeradores, 19 dos quais em Cabeceiras de Basto, o que acontece após a obtenção da licença de produção pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), confirmou esta segunda-feira (9) a “Iberdrola”.
A empresa espanhola disse, em comunicado, que este parque será «o maior» em Portugal, representa um investimento total de 350 milhões de euros e é o «primeiro a combinar energia eólica e hídrica».
«Demos um importante passo para iniciar a construção do maior parque eólico e o primeiro projeto de hibridização a combinar energia eólica e hídrica em Portugal. Este projeto é mais uma evidência da aposta da “Iberdrola” na promoção da transição energética em Portugal, onde conta já com um investimento em energias renováveis de mais de dois mil milhões de euros ao longo dos últimos 20 anos», afirmou, citada no comunicado, a diretora-geral da “Iberdrola Renováveis Portugal”, Alejandra Reyna.
A responsável acrescentou que a aposta na eletrificação, através das energias renováveis e com o foco na inovação, mostra o compromisso da empresa «com a construção de um futuro sustentável, fiável e acessível».
Conforme o Terras de Basto noticiou já, o projeto é formado pelos parques eólicos Tâmega Norte e Tâmega Sul — que constituem um único projeto denominado Complexo Eólico do Tâmega – e inclui a construção de 38 aerogeradores «de última geração», com uma capacidade unitária de 7,2 megawatts (MW) e uma altura de cubo de 114 metros.
O complexo vai abranger área dos concelhos de Cabeceiras de Basto, no distrito de Braga, e de Ribeira de Pena, Montalegre e Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.
Em março de 2023, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) emitiu uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada ao complexo eólico e, em resposta à DIA, a “Iberdrola” reformulou o projeto e diminuiu o número de aerogeradores de 60 para 38.
O parque terá uma potência instalada de 274 MW e uma capacidade de produção de 601 gigawatts (GWh) por ano, o equivalente ao consumo de 128.000 casas e irá integrar-se no Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), que inclui as centrais hidroelétricas de Daivões e do Alto Tâmega e a central de armazenamento por bombagem de Gouvães.
A empresa explicou que a combinação entre energia eólica e hídrica «pressupõe uma partilha do ponto de conexão e das linhas de evacuação de eletricidade, precisando apenas de uma ampliação da subestação, já prevista no desenho inicial do projeto do SET».
Segundo adiantou, a incorporação da energia eólica no SET permitirá «aumentar a contribuição de energia limpa, competitiva e com custos reduzidos para o sistema elétrico português, garantindo o fornecimento da quantidade máxima de energia verde, originalmente autorizada para cada projeto, durante o maior tempo possível».
Acrescentou que a «redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) é não só proveniente da produção de energia 100% verde, mas também da construção do projeto, que, por partilhar a sua localização com o SET, reduz significativamente o impacto ambiental por fazer uso das infraestruturas, estradas e instalações existentes».
A empresa prevê que, em pico de obra, o projeto poderá criar cerca de 700 empregos (nas áreas de engenharia civil, montagem de turbinas, subestações e linhas de transmissão) e permitirá fortalecer «a independência energética do país, representando um contributo significativo para alcançar as metas do Plano Nacional de Energia e Clima».
A “Iberdrola” disse ainda que implementará uma monitorização contínua de sistemas ecológicos durante a construção, incluindo avifauna, flora, habitats e arqueologia, com vista a mitigar possíveis impactos, identificar novas soluções minimizadoras e aprofundar no conhecimento da biodiversidade local. [Redação, com Agência Lusa].
