O Município de Mondim de Basto confirmou agora a apresentação do Museu Municipal, esta sexta-feira (6), numa sessão que conta com a presença do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias. O projeto de valorização do Museu Municipal significou um investimento de 100.030,76€, que contou com o financiamento FEADER no valor de 61 000,00€ por parte do Programa de Desenvolvimento Rural 2020, gerido pela “Probasto”.
A intervenção compreendeu duas ações distintas: a beneficiação física dos edifícios e outra imaterial, que consistiu na colocação de equipamentos para a modernização do museu, nomeadamente “lcd”, painéis cenográficos e outro mobiliário de apoio.
De acordo com o município, este foi “um investimento importante para a preservação e valorização dos elementos patrimoniais e paisagísticos locais, bem como da história e da memória coletiva desta região”.
O Museu de Mondim de Basto contempla quatro coleções de caráter permanente –arqueologia, geologia, ciclo do azeite e etnografia –, coleções que são o repositório do património e da memória histórico-cultural do concelho, extraindo dos testemunhos que reúne uma visão global do território e do homem através dos tempos.
Ao visitar a exposição arqueológica presente neste espaço, o público vai poder contemplar os achados das escavações efetuadas no Castro do Crastoeiro.
Destacam-se destes indícios as práticas agrícolas, atividades artesanais (olaria, metalurgia, fiação/tecelagem, trabalho da pedra e da madeira), trocas de produtos, rituais e artefactos únicos.
Tem também disponível uma maquete que exemplifica o quotidiano daquela população, sendo ainda possível ter uma experiência sensorial com uma das rochas que apresenta gravuras da época.
Salienta-se ainda a coleção da Geologia, que dá especial atenção às amostras das principais rochas, minerais e fósseis encontrados pelo concelho, este que se estende por entre os maciços montanhosos das serras do Alvão e Marão.
O edifício museológico contempla, com grande destaque, a “Azenha da Casa da Igreja”, que foi construída nos finais da década de 1940 e esteve em funcionamento durante 40 anos. Este lagar de azeite foi construído de raiz segundo critérios e métodos inovadores para a época. Aqui, os visitantes vão poder conhecer todas as fases da produção do azeite bem como os utensílios utilizados na época.
Na sala dedicada à Etnografia dá-se a conhecer um concelho que apresenta duas zonas distintas: ribeirinha, de influência minhota, onde predominam as culturas do milho, do vinho verde e criação de gado de raça minhota; e a zona de montanha, onde é abordada a produção de milho, centeio, linho, gado maronês, gado caprino e mel.
Neste espaço de história está ainda evidente a valorização das particularidades mais carismáticas da etnografia mais atual, onde se encontra a figura dos Romeiros de Santiago, os Ranchos Folclóricos e os Grupos de Bombos ainda existentes no concelho.
Estas instalações foram complementadas com uma sala dedicada ao público escolar, onde será possível aos mais novos ficarem a conhecer, de forma didática e intuitiva, toda a história do concelho.
Como explica o presidente da câmara, “o museu é um espaço de natureza generalista e abrangência municipal, que foi reabilitado para a criação de condições de visitação, animação turística e socio cultural, proporcionando experiências únicas e autênticas aos diferentes públicos. [Redação].