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O armador Francisco Martinho já fez 100 anos

Francisco Magalhães, popularmente conhecido como Francisco Martinho, natural do Lugar das Torres, na Freguesia de Ribas, em Celorico de Basto, é agora um dos cidadãos centenários das Terras de Basto, que comemorou o aniversário a 26 de outubro.

Conhecido particularmente pela sua atividade como armador e agente funerário, que exerceu durante quase toda a vida, Martinho assumiu cedo responsabilidade de adulto: com apenas 14 anos, era já homem de confiança de uma das famílias mais abastadas da região de Basto, os Mesquita Mourão, que lhe confiaram a chave da adega da “Casa de Baixo”, no Lugar de Quintela, em Basto São Clemente.

Em 1954, com 29 anos, casou-se na igreja de Basto São Clemente com Maria de Jesus de Oliveira Teixeira, residindo desde então no Lugar de Quintela. Desse casamento nasceu, a 15 de junho de 1955, o seu primeiro filho, uma menina a que dá o nome de Ana.

Seguiram-se mais 21 nascimentos, entre 1956 e 1976, mas apenas 13 chegaram à idade adulta: Luís, Manuel, Duarte, Rosa, Emília, Paula, Teresa, Filomena, Fernando, Pedro, João e Fátima.

«A nossa saudosa avó Maria esteve grávida por mais de duas décadas e a imagem que permanece no imaginário de quem a conheceu é a de um molho de erva à cabeça, barriga de grávida, dois filhos agarrados à saia e um ao colo», conta a neta Mariana Martinho.

Em 1963, em pleno Estado Novo, Francisco Magalhães foi surpreendido pelo… Abono de Família.

Já em 1969, o armador muda-se para o vizinho Lugar da Ferrã e, paralelamente à profissão de sempre, adota a de criador de gado e praticante de agricultura de subsistência.

Particularmente no verão, durante décadas, foi armador-residente premiado pelos melhores andores das festas de toda a região de Basto. «Era comum, no final das festas, acabar aos ombros dos mordomos, a festejar», conta.

Neste âmbito, merece realce a sua participação como armador nas três procissões mais emblemáticas do norte, pela grandiosidade dos andores: Senhora da Pena, em Vila Real; Senhora das Dores, na Trofa; e Senhora da Aparecida, em Lousada.

Após o “25 de Abril”, Francisco Martinho tornou-se no primeiro armador com carro funerário próprio em Celorico de Basto, expandindo assim a sua influência profissional no concelho.

Com a aposentação, entregou a responsabilidade do negócio familiar ao filho mais velho, Luís Martinho.

Como era então comum nas famílias numerosas, o seu primeiro neto, Nuno, nasceu em 1975, ainda antes do nascimento do seu último filho, Fátima, em 1976.

Seguiram-se mais 20 netos: Luís, Rute, Miguel, André, Francisco, Maria José, Pedro, Ana Luísa, Ana Paula, Daniela, João Duarte, Joana, João Tiago, David, Cathy, Patrick, Maria João, Mariana, Rita e Matilde.

Em 2004, a neta Rute Susana deu à luz o primeiro bisneto da Família Martinho, o Diogo, a que se seguiram mais 15: Margarida, Tiago, Rodrigo, Francisco, Luis, Simão, Henrique, Mateus, Leonor, João Luis, Valentina, Diana, Maylone, Tomé e Laura.

Ficou viúvo em 2012 e a Família Martinho continua a desejar-lhe «Parabéns pai, avô e bisavô». [Redação].

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