Os socialistas da Câmara de Cabeceiras de Basto propõem-se homenagear o histórico Joaquim Barreto, dando assim sequência ao momento que, a 19 de outubro, juntou 1.100 pessoas para assistir à apresentação de uma biografia do ainda presidente da Assembleia Municipal, momento que se converteu num gesto coletivo de gratidão para com o biografado.
Segundo apurou o Terras de Basto junto de fonte partidária, a iniciativa parte do presidente da Câmara e do segundo vereador, passando pela atribuição da medalha de ouro ao autarca que mais tempo presidiu ao executivo em nome dos socialistas.
A controversa proposta para atribuição da medalha de ouro do concelho, a mais elevada condecoração municipal, pode ser levada a votação da vereação na reunião desta sexta-feira (24), não integrando embora a ordem de trabalhos, ou ficar adiada para outra reunião mais adiante.
O assunto – foi possível saber – já foi abordado entre o presidente da Câmara, Francisco Teixeira Alves, e os líderes das duas estruturas políticas na oposição, Manuel António Teixeira (coligação “Fazer Diferente”, que junta PSD e CDS), e Jorge Machado (movimento de cidadãos “Independentes por Cabeceiras”).
De acordo com a fonte, se o líder da coligação de direita manifestou então a predisposição dos seus dois vereadores para votarem favoravelmente a atribuição da medalha, já os vereadores do “IPC” deram conta ao presidente do executivo de que não votariam a favor de tal iniciativa.
A iniciativa dos socialistas – um, presidente da Câmara, e outro, vereador e presidente da Comissão Política Concelhia do PS –, que a fonte por nós contactada e outros militantes consideram que devia ter acontecido há já algum tempo, surge agora por incitamento do alegado sucesso da homenagem prestada a Joaquim Barreto no contexto da apresentação da biografia.
Refira-se que para este momento, o biografado fez questão de convidar todos os sete vereadores, convite que não foi aceite por Jorge Machado e Hélder Vaz, os dois eleitos do movimento “IPC”.
Espelhando a tensão em que vivem os dois blocos em que ora se apresentam os socialistas cabeceirenses – Francisco Teixeira Alves/Fernando Basto e seus correligionários, de um lado, e Joaquim Barreto e seus apoiantes, de outro – também a intervenção do presidente da Câmara na apresentação da apologética biografia foi um «breve e incipiente momento», considerado «inócuo e vazio».
De igual forma, a presença do segundo vereador socialista, que se esgota a acorrer a todas as iniciativas que lhe possam favorecer a projeção junto do eleitorado, foi considerada pela nossa fonte – que pede o anonimato, por óbvias razões de interesse pessoal – como «discretíssima» no interior do pavilhão, ausentando-se daquele espaço mesmo antes do final.
A fonte sublinha, a este propósito, «um conjunto de problemas» que os socialistas têm para resolver neste momento, designadamente «substituir Domingos Machado na liderança do grupo do PS na Assembleia Municipal», «oficializar a candidatura de Francisco Alves à Câmara», encontrar «um cabeça-de-lista para a Assembleia Municipal», anunciado que foi pelo próprio Joaquim Barreto que não seria candidato, e «encontrar alguns candidatos nas freguesias», para substituir autarcas em limite de mandatos.
A nossa fonte, que não quer «admitir a hipótese» de que o líder histórico do “IPC” possa ser algum dia o cabeça-de-lista do PS à Assembleia Municipal, é de opinião que o enlevo em que a presidência da Câmara e os vereadores “independentes” têm vivido no presente mandato se vai alterar a partir da aprovação do orçamento municipal para o próximo ano, momento a partir do qual «o IPC não lhe vai servir para mais nada». [JPM].