Quarta-feira, Julho 2, 2025
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Já passaram por Basto os primeiros peregrinos do caminho de León de Rosmithal

As Terras de Basto, concretamente as localidades de Cerva (Ribeira de Pena) e Cavez, Arco de Baúlhe e Cabeceiras de Basto, foram atravessadas agora pelo primeiro grupo de peregrinos a fazer, de forma experimental, o Caminho Português de Santiago de Leon de Rosmithal, percurso que liga Freixo de Espada à Cinta a Braga.

O caminho, com uma extensão de 240 quilómetros, começou a ser percorrido por este grupo de 14 peregrinos a 29 de setembro, em Freixo de Espada à Cinta, depois de se ter reunido na Póvoa de Lanhoso, e concluiu-se a 8 de outubro, tendo os peregrinos passado por Torre de Moncorvo, Vila Flor, Mirandela, Murça e Vila Pouca de Aguiar.

O grupo foi recebido ao longo do percurso por entidades civis e religiosas, como autarcas e outros representantes dos municípios envolvidos, bem como pelo arcebispo de Braga, José Cordeiro, e pelos bispos Nuno Almeida, da diocese de Bragança-Miranda, e António Azevedo, da diocese de Vila Real.

Além da componente institucional e religiosa, a peregrinação teve o objetivo de «conhecer e analisar no terreno as alterações e os ajustes propostos pelos municípios envolvidos e apontar possíveis melhoramentos».

A entrada nas Terras de Basto, naquela que era a conclusão da sexta etapa, aconteceu no sábado (5 de outubro), pela vila de Cerva (Ribeira de Pena), cumprindo os peregrinos, no domingo (6), um percurso de 27 quilómetros, até à vila de Cabeceiras de Basto.

«Estávamos combinados para sair às 08h00, mas o dilúvio obrigou-nos a adiar a saída para as 9h45. Demos “corda aos sapatos” para compensar o tempo perdido. A passagem pelas aldeias de Formoselos e Agunchos não deixa ninguém indiferente, parece que recuamos no tempo. Depois descermos até à cota do rio Tâmega, onde atravessamos a ponte de Cavez, que impressionou Leon de Rosmithal pela sua magnificência», deram conta num diário de jornada publicado nas redes sociais.

Lembravam nesse relato que é em Cavez que termina Trás-os-Montes e começa o Minho e que foi também aí que atravessaram uma nova ponte medieval de que a comitiva checa de Leon de Rosmithal não sabia o nome. «A partir daqui, subimos até à Vila de Cavez, pela “rua velha”, para seguirmos o destino de Arco de Baúlhe, mas antes atravessamos duas interessantes pontes que remetem para a ancestralidade deste caminho», contavam.

Depois de atravessar a Ponte do Caneiro, o grupo diz ter seguido viagem até ao Mosteiro de Refojos, onde tinha à espera o presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto.

No Arco de Baúlhe, referido nas crónicas da viagem de Leon de Rosmithal, os peregrinos foram, entretanto, recebidos na Ponte Velha pelo presidente da União de Freguesias de Arco de Baúlhe e Vila Nune e por uma delegação local da Cruz Vermelha Portuguesa, que os acompanharam até ao edifício da autarquia local.

«Fomos presenteados com umas incríveis lembranças e o presidente da junta saudou o grupo pela coragem e pelo que temos feito na divulgação deste itinerário jacobeu. Entretanto, um elemento da delegação da Cruz Vermelha ofereceu uma “t-shirt” assinada pela direção», dizem.

Carimbadas as credenciais e feito um brinde com Vinho do Porto, a comitiva descerrou uma placa no exterior do edifício autárquico que assinala a passagem deste primeiro grupo pela vila arcuense. «Este calor humano foi a dose certa para enfrentarmos as adversidades que ainda temos pela frente», desabafavam.

Referindo-se já à oitava etapa – mais 27 quilómetros que haviam de ligar, na segunda-feira (7), Cabeceiras de Basto a Vieira do Minho e Travassos (Póvoa de Lanhoso) – contava o grupo que o dia acordara «calmo e propício» a caminhar, o que «foi sol de pouca dura». «Eram 08h00 e já estávamos em frente à estátua de “O Basto” para a fotografia da praxe. Depois de termos passado a Raposeira, seguimos em direção a Painzela, sempre com indicadores da estrada medieval. Uma longa subida colocou-nos em Encosturas, já em Cabeceiras de Basto (São Nicolau)», relataram.

Apesar da chuva, dizem ter dado para «apreciar a beleza minhota, principalmente campos simetricamente divididos onde ainda se respira medievalidade». «Entramos na Freguesia de Bucos, com os seus característicos moinhos em cascata, e no cume do ribeiro ainda houve tempo para fotografar o local onde as senhoras de Bucos lavavam a lã», davam conta.

«A hospitalidade destas gentes é tanta que, sem o consentimento dos proprietários, utilizámos uma garagem para brindar com moscatel e comer uma banana. No final, os senhores quase vinham caminhar connosco, não fosse o avançar da idade. A meio da Reta de Casares, entrámos no concelho de Vieira do Minho, pelo lugar de Calvos, vila de Rossas, onde está o famoso pelourinho», diziam ainda, assim concluindo a sua passagem pelas Terras de Basto.

[Leia mais sobre este assunto na edição impressa do Terras de Basto, agora a sair para distribuição]

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