Sábado, Abril 12, 2025
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A vergonha do lado poente do Parque do Mosteiro

Não fora os loendros e os agapantos, que, pela sua resistência extrema, se mantêm viçosos e em flor, a que se junta uma ou outra espécie que vai mais fundo buscar alimento, e uma parte significativa da componente ajardinada do Parque do Mosteiro, na lateral sul do templo beneditino de Cabeceiras de Basto, já tinha desaparecido, tal o ostracismo a que tem sido votado pelos competentes serviços municipais.

«A criação deste parque e o seu uso múltiplo foi das melhores conquistas da vila nas últimas décadas, que, associada à reabilitação do edificado afeto à quinta do mosteiro, deu outra dignidade ao centro da vila; custa-me, por isso, ver o estado a que isto chegou». O comentário é de um velho frequentador dos espaços centrais da vila, que regista a curiosidade de estacionar «habitualmente» na zona de parqueamento do lado poente desse Parque do Mosteiro. Foi ali mesmo que pediu encontro com o jornalista do Terras de Basto, «para lhe mostrar umas coisas bem feias» e «procurar envergonhar quem manda nisto».

«Veja bem o estado a que isto chegou; não há um canteiro em condições, está tudo cheio de ervas daninhas; os equipamentos estão todos destruídos, uns pelo mau uso, outros pelos efeitos do tempo; o tanque, embora tenha um pouco de água, não vê há tempos a água corrente; a mãe d’água está cheia de vegetação e lixo; as oliveiras não foram podadas a seu tempo e incomodam agora os transeuntes, estando prontinhas para que lhe partam os ramos; o lixo abunda por aí…». E o relato continuava, num breve passeio a passo-travado, naquele lado poente do parque.

Em descendo ao nível do relvado – onde crianças jogam à bola, onde os cavalos correm ou onde os bois se chegam aos adversários – o interlocutor, que se diz apenas motivado «pelo amor à terra», chama a atenção para a ausência de líquido na linha de água artificial que desenha a perpendicular entre a mãe d’água do nível superior e o alinhamento do mosteiro.

Também a Ribeira de Penoutas, posta a descoberto depois de atravessar a praça, «merecia outro tratamento, outra limpeza», diz. «Eu até compreendo que, por respeito à biodiversidade e à oxigenação das águas, não se retire toda a vegetação que cresce no leito da ribeira, que até está cheia de peixes, mas era possível outro cuidado e outro aspeto mais regular», explica.

Chama ainda a atenção para a degradação de todos os equipamentos em madeira, que carecem de substituição, depois de ali terem sido aplicados em 2007. «Estão podres, naturalmente; e só vão tratar disso quando alguém se magoar a sério nestes paus podres», observa, apontando ainda a natural sujidade, o musgo, que reveste as artísticas luminárias do parque, ou então um ou outro banco, que, pela má-localização, se evidencia «mais usado pelos pássaros do que pelas pessoas».

«Podia mostrar-lhe mais coisas… por exemplo a água que há anos se perde naquela taça do Jardim dos Arcebispos, frente à casa mortuária… a água perde-se na vegetação em redor e surpreende sorrateiramente quem, distraído, lá mete os pés… Já lá vi boa gente a ficar com os sapatos ensopados!!! E, apesar de estar assim há tanto tempo, ninguém manda arranjar aquilo!…», conta.

Quando lhe perguntamos, um tanto ironicamente, se já mostrou tudo que queria, ainda ousa lembrar a estrutura metálica da pérgula que acompanha a ribeira. «Lá à frente, nas imediações do campo de ténis, deitaram uma espia de ferro abaixo e nunca mais a puseram no sítio… um dia vai desaparecer e… pronto… nunca mais», comenta.

«Por hoje, é melhor ficarmos por aqui; já falei com várias pessoas da Câmara, mas não querem saber de nada; por isso, se puder envergonhá-los no jornal, talvez mandem arranjar o que está mal; como vem aí o São Miguel, pode ser que… tenhamos sorte», remata, agradecendo ao Terras de Basto, que não quer envergonhar ninguém. [JPM].

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