Chama-se “Lusitanix”. E será o primeiro parque de neve coberto do país. Está a ser construído mo Bustelo, em Ribeira de Pena, representando um investimento de nove milhões de euros, propondo-se criar mais de 30 postos de trabalho e combater a sazonalidade no turismo nesta região.
De acordo com o presidente da Câmara, este parque “indoor” – cuja primeira pedra foi lançada em fevereiro de 2018 pelo então ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral – deverá ser inaugurado no final do ano, muito provavelmente em novembro.
João Pinto, gestor do projeto, explicou na altura da cerimónia inicial que este parque de neve ocupa cerca de um hectare de área coberta e que aí se desenvolverão, no interior, atividades ligadas à neve, como “ski” ou “snowboard”, com neve criada artificialmente. Funcionará durante todo o ano e, no inverno, a pista estender-se-á para o exterior.
Este projeto vem complementar o complexo turístico já ali existente — o Pena Aventura Park — e o hotel, que pertencem ao mesmo grupo de investidores e onde já foram aplicados cerca de 18 milhões de euros e criados cerca de 90 postos de trabalho.
O parque de neve representa um investimento de nove milhões de euros, com cerca de seis milhões comparticipados por fundos comunitários. «Aqui há um problema de sazonalidade, no interior do país. No inverno, as coisas param, o que significa que a rentabilidade, que é muito boa no verão, se vai no inverno para manter a estruturas», salientava João Pinto.
A solução para combater esta sazonalidade – defendia – passava por «espaços cobertos». «Se conseguirmos atrair as pessoas e retê-las no inverno, nos períodos mais críticos de atividades ‘outdoor’, conseguimos combater a sazonalidade e aumentar em muito a rentabilidade de todos estes espaços», explicava.
O “Lusitanix” é o primeiro projeto do género em Portugal, existindo na Península Ibérica um similar, em Madrid. Está a ser construído junto o “fantasticable”, a principal atração do “Pena Aventura Park” que permite “voar” por um cabo de 1.538 metros e a uma velocidade de 130 quilómetros por hora.
A localização foi então justificada com as acessibilidades, com a autoestrada A7 e com a existência de «condições ideais» devido «à altitude para fazer neve em condições ideais».
O “Pena Aventura Park” – recorde-se – abriu em 2004 e, em 2017, recebeu cerca de 250 mil visitantes, substancialmente provenientes de Portugal e de Espanha. É um parque sem vedações, nem delimitações, que desce da montanha aos rios, sendo palco para muitos e variados jogos, atividades lúdicas e desportos de natureza.
Ali, é também possível viajar encosta abaixo pelo “alpine coaster”, fazer salto negativo, experimentar escalada e entrar no rio para fazer canoagem, “stand up” (variante do “surf”) ou “canyoning”, que consiste na descida de cursos de água com fortes declives, utilizando cordas e recorrendo a saltos para transpor obstáculos.
No lançamento da primeira pedra do parque de neve, João Noronha destacava a importância da criação de postos de trabalho para o concelho e lembrava que a grande maioria das pessoas que já trabalha no empreendimento turístico fora contratada localmente. O autarca referia então que este complexo turístico ajudava a alavancar outros negócios do concelho, ligados, por exemplo, à gastronomia ou à hotelaria. Na circunstância, o ministro Caldeira Cabral lembrava o esforço governamental para estimular o turismo no interior, sublinhando que eram projetos como o do parque de neve «que trazem pessoas para o interior do país ao longo de todo o ano». [Redação].
