O Centro de Formação de Basto – estrutura de apoio à classe docente das Terras de Basto – considera que Álvaro Laborinho Lúcio, que faleceu esta quinta-feira (21), era «uma das personalidades mais marcantes da vida pública portuguesa das últimas décadas», deixando «uma herança de integridade, inteligência e humanismo que transcende os cargos que desempenhou».
Numa nota de pesar em que rende «homenagem a um amigo», aquela entidade lembra que o antigo Ministro da Justiça e Ministro da República para a Região Autónoma dos Açores, natural da Nazaré, foi sempre um homem profundamente ligado à cultura e às artes. O teatro marcou-lhe a juventude — foi «um verdadeiro homem da cultura e da educação, um intelectual singular que conciliou a profundidade do pensamento com a proximidade humana».
«A sua palavra, sempre serena e firme, inspirou gerações de professores, magistrados e cidadãos; o seu humor subtil, a sua generosidade e o seu compromisso com o bem comum deixam uma marca indelével em todos os que com ele privaram ou escutaram as suas palavras», afirma.
«Bem-haja pelo que partilhou, pelo pensamento que nos legou e, sobretudo, pelo excelente ser humano que foi, um homem de sabedoria, humor contagiante e generosidade sem medida», acrescenta ainda.
Licenciado e mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Laborinho Lúcio destacou-se como juiz-conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, de onde saiu jubilado, mas nunca retirado da vida pública ou intelectual. A sua voz e o seu pensamento continuaram a iluminar reflexões sobre justiça, cidadania, ética e educação.
É neste contexto que o Centro de Formação de Basto recorda que, em outubro de 2018, no XIV Congresso Nacional dos CFAE, na Fábrica de Santo Thyrso, Laborinho Lúcio brindou a plateia com «uma brilhante comunicação subordinada ao tema da educação para a cidadania e para a cultura democrática, comentada pelo jornalista Carlos Magno. «Foi uma das muitas ocasiões em que o seu discurso, profundo e inspirador, convidou todos a pensar a formação e a educação como pilares da democracia», sublinha.
Já em setembro de 2024, aquela entidade dedicada à formação dos professores lembra a sua passagem por Mondim de Basto, onde, no Favo das Artes, a seu convite, participou numa iniciativa comemorativa dos “50 anos da Revolução dos Cravos”, «uma celebração da liberdade, dos valores democráticos e do diálogo, causas que sempre defendeu com convicção e lucidez».






