Os socialistas de Cabeceiras de Basto vão aproveitar notícias recentes, relativas à pretensão da empresa pública “Infraestruturas de Portugal” de estudar a eventual reabertura da Linha Ferroviária do Tâmega até Amarante, para defender que tais estudos se devem prolongar até ao final da linha, nas Terras de Basto.
Numa tomada de posição pública – que o presidente da câmara tentou introduzir na ordem de trabalhos da última reunião, mas cuja pretensão lhe foi reprovada pelos vereadores do PSD/CDS, e que integra agora a ordem de trabalhos da reunião de sexta-feira (28) – os autarcas do PS vêm dizer que «não concordam» que os «estudos de investimento prioritário» se circunscrevam à Linha do Tâmega até a Amarante, propondo que a empresa «proceda também à elaboração dos estudos até às Terras de Basto», no caso até ao Arco de Baúlhe, em Cabeceiras de Basto.
O Terras de Basto sabe, entretanto, que os vereadores da coligação de direita, não se opondo à realização de quaisquer estudos de reabertura da linha, vão interrogar os socialistas sobre a ausência de quaisquer tomadas de posição política sobre o plano ferroviário nacional.
Na «tomada de posição» que levam à reunião desta sexta-feira, os vereadores socialistas citam a decisão governamental para relevar que, pretendendo estes estudos «garantir estabilidade ao planeamento dos investimentos» a longo prazo, eles deverão «determinar soluções capazes de conduzir à transferência modal para a ferrovia», assim «assegurando benefícios ambientais».
Dando seguimento a uma iniciativa semelhante assumida já pela autarquia de Arco de Baúlhe/Vila Nune, os três vereadores do PS lembram que, «passados quase 35 anos do encerramento [da Linha do Tâmega], ainda não foram cumpridas todas as contrapartidas assumidas pelo governo de então» como compensação pela perda daquela infraestrutura.
Dizem ter ainda em conta «as mais-valias em termos económicos, ambientais e sociais da ferrovia, que podem ser diferenciadoras na melhoria das condições de vida das populações dos territórios do interior».
Lembram ainda que a câmara municipal está a desenvolver um projeto de requalificação do núcleo museológico instalado na Estação ferroviária do Arco de Baúlhe, mas que as intervenções previstas «não impedem a normal circulação de comboios». [TB].