O assunto promete ser, em contexto pré-eleitoral, o primeiro desaguisado entre socialistas, no poder, e sociais-democratas, que pretendem vencer as próximas autárquicas em Cabeceiras de Basto. Em causa está a tempestuosa relação entre a tutela dos serviços municipais e uma funcionária municipal, provável candidata pela oposição à liderança de uma das mais relevantes autarquias locais.
Sob a forma de perguntas à vereadora da tutela, o assunto foi levado à última reunião da câmara pelo líder da oposição e candidato anunciado à presidência, Manuel António Teixeira, que quis saber se, nalgum momento, Carla Lousada tinha prometido funções de coordenação de serviços à funcionária em causa – cujo nome nunca referiu – e se, nunca tendo cumprido a promessa, alguma vez alegara que tal se devia ao facto de o seu marido ter integrado as listas da coligação “Fazer Diferente”.
Sem grandes demoras – e mesmo sem nenhuma das partes ter referido o nome da funcionária –, a vereadora da tutela garantia «nunca» ter prometido «nenhum cargo a nenhum trabalhador municipal» e que, como tal, «nunca poderia ter feito tal afirmação».
Manuel António Teixeira insistiu no assunto, perguntando à tutela se confirmava o facto de, «após regressar de uma baixa médica», não ter sido permitido à mesma colaboradora assumir as funções que exercia, antes «tendo sido deslocada para a Biblioteca Municipal de Arco de Baúlhe».
Perguntava ainda o primeiro vereador da oposição se, «depois de ter regressado ao seu antigo posto de trabalho», era verdade «não lhe ter sido distribuída qualquer tarefa» à funcionária em causa e se «não tinha posto de trabalho, nem sequer uma cadeira para se sentar» ou «qualquer função para desempenhar».
Justificou Carla Lousada que, «por [a colaboradora em causa] ter estado de baixa médica por longo período, teve de atribuir as respetivas funções a outra colaboradora», não explicando se tinha sido então extinto o posto de trabalho esta funcionária ou por que razão não lhe foi proposta nova função.
O tema mereceu ainda uma breve intervenção do primeiro vereador do movimento de cidadãos “IPC”, Jorge Machado, que discordou do facto que leva temas desta natureza profissional à reunião de câmara.
O assunto – que implica com Sameiro Marques, a provável candidata da coligação PSD/CDS à União de Freguesias de Arco de Baúlhe e Vila Nune – promete novos episódios para os próximos dias, eventualmente já esta sexta-feira (21), em contexto de assembleia municipal. [Redação].
