A presidência da Câmara de Cabeceiras de Basto não consegue encontrar financiamento para a construção do anunciado centro desportivo que se propunha executar no espaço do abandonado estádio municipal das Cerdeirinhas.
Foi esta constatação que o presidente do executivo deu a conhecer, de forma informal, aos vereadores, no final da última reunião camarária, realizada sexta-feira (25).
Embora o assunto tenha sido abordado após a reunião pública, já à porta fechada, o Terras de Basto sabe que Francisco Teixeira Alves reconheceu perante a oposição que ao seu alcance está apenas uma eventual candidatura a apoios com limite nos 300 mil euros, muito longe dos milhões de euros que chegou a anunciar para o projeto.
Curiosamente, no decurso da reunião camarária de sexta-feira, o líder do executivo manifestara a vontade de «marcar uma reunião» com os vereadores para falar sobre o projeto do centro desportivo, tal como havia afirmado há duas ou três reuniões atrás que «o projeto está lindo, mesmo lindo»… alegadamente depois de ter sido refeito para custos mais consentâneos com a realidade financeira cabeceirense.
O alegado projeto para a construção de um centro desportivo – vulgarmente confundido com a reabilitação do abandoado estádio municipal, que se encontra em ruína – tem atravessado os últimos mandatos autárquicos, tendo motivado alguns dos momentos mais expressivos da relação entre socialistas, no poder, e a coligação de direita, na oposição.
Os socialistas usaram, aliás, o assunto para aquele que foi um dos números mais falsos da campanha para as últimas eleições autárquicas, quando tornaram público um alegado projeto para este equipamento desportivo, que mais não era do que uma projeção “3D” de um campo de futebol, que custaria – diziam – alguns milhões de euros.
É esse prometido equipamento, entretanto remodelado – alegadamente remodelado, porque um projeto tecnicamente executado nunca foi visto publicamente –, que a oposição tem reivindicado junto da presidência socialista desde o início do mandato e a que esta tem respondido embrulhando o assunto.
A discussão em torno deste tema ganhou preponderância nos últimos tempos, quando surgiu a oportunidade de reativar o Atlético Cabeceirense, clube dedicado ao futebol que fazia do estádio municipal a sua casa e que, encontrando-se este em ruína, obrigava a encontrar um espaço onde pudesse jogar.
À falta de qualquer projeto e de financiamento para a construção do anunciado centro desportivo, foi o líder da oposição quem propôs que se «cortasse o mato» e se tratasse do piso pelado do antigo campo de jogos para que o Atlético Cabeceirense pudesse usar a sua própria casa.
Considerando que isso seria «desperdiçar dinheiro», uma vez que o estádio iria dar lugar em breve a um centro desportivo, a vereação socialista preferiu encaminhar o clube para São Nicolau, para um campo propriedade da Fundação AJGomes da Cunha, onde se revelou necessária uma intervenção significativa no terreno de jogo.
Mesmo sem dinheiro para o executar, a presidência camarária insiste agora em mostrar o alegado projeto de um centro desportivo a toda a vereação [JPM].