A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, vem a 11 de outubro a Mondim de Basto para assinar os protocolos de financiamento dos projetos de “Valorização das Quedas do Rio Cabrão” e de “Valorização das Margens do Rio Tâmega e Rio Cabril”, foi agora anunciado.
O ato – que acontece agora às 12h30, nos Paços do Concelho, esteve em agenda para 12 de setembro, mas foi adiado por força da vaga de incêndios que então assolou o norte e centro do país.
Se o primeiro destes projetos se apresenta sem mácula, o segundo – da ordem dos 3 milhões de euros – está a suscitar dúvidas aos agentes políticos locais, que desconfiam do valor envolvido, conotando-o com contrapartida pela anunciada à passagem pelo território concelhio da polémica “linha de muito alta tensão” entre o Carrapatelo e Vila Pouca de Aguiar, entre 220/400Kv.
Seja como for, Mondim de Basto propõe-se avançar com o Plano de Valorização das Margens do Rio Tâmega e do Rio Cabril, um projeto que se junta à valorização das quedas de água do Rio Cabrão, de meio milhão de euros, ambos financiados pelo Fundo Ambiental.
Os projetos, desenvolvidos pelo governo socialista, aguardavam autorização da tutela para que o Fundo Ambiental efetuasse a repartição dos encargos técnicos e financeiros, o que aconteceu em fevereiro passado.
O Plano de Valorização das Margens do Rio Tâmega e do Rio Cabril consiste numa intervenção integrada nas margens do rio, desde a zona balnear do Tâmega, junto à Rua do Tâmega, na vila, até ao Rio Cabril, acima do parque de campismo, em Vilar de Viando.
O enquadramento deste plano assume o Rio Tâmega como um ativo diferenciador do concelho, quer em termos naturais, patrimoniais, culturais, paisagísticos e socioeconómicos. É também – diz-se – uma componente fundamental e estruturante de uma imensa diversidade biológica, habitat de múltiplas espécies faunísticas, integrando uma flora e vegetação diversificada e imprescindível a todo o ecossistema ribeirinho existente e à manutenção da qualidade ecológica do território.
«O rio constrói uma paisagem natural e humana única e irrepetível, constituindo-se como ligação entre pessoas, atividades e cultura, sendo por si só um excelente recurso para o desenvolvimento local e regional», afirma-se.
A proposta de intervenção consiste na melhoria das condições ambientais, a partir da reestruturação vegetal e da requalificação dos trilhos/percursos existentes ao longo das margens dos rios Tâmega e Cabril.
Pretende, assim, preservar, valorizar e divulgar o património existente, nomeadamente moinhos, poldras, levadas e pontes, e incrementar a acessibilidade às margens do rio, por via da mobilidade pedonal e ciclável, criando condições para o lazer.
Visa ainda a socialização e apropriação do meio, promovendo uma nova oferta turística através da criação de novos percursos pedestres e cicláveis, criação de condições para instalação/dinamização de empresas diretamente relacionadas com o turismo, com consequências positivas para o emprego e receita municipal, fomentando junto da comunidade e público escolar a divulgação dos valores naturais e culturais, maximizando a preservação e sustentabilidade das margens do rio.
Tendo em conta a natureza das obras a financiar, com necessidade de realizar vários procedimentos de contratação pública para a execução das empreitadas, antes da assinatura do referido protocolo, foi necessário garantir o financiamento plurianual deste projeto.
De acordo com a portaria assinada pelo anterior ministro do Ambiente e da Ação Climática, José Duarte Cordeiro, publicada a 16 de fevereiro passado, os encargos decorrentes do projeto, num montante total de 2.915.000 euros, distribuem-se da seguinte forma: a) 2023: 60.000 euros; b) 2024: 2.040.500 euros; e c) 2025: 814.500 euros.
Quedas do Cabrão
A valorização das quedas de água do Rio Cabrão, na freguesia do Bilhó, é, assim, outro dos projetos herdados do anterior governo e que agora vai ser financiados pelo Fundo Ambiental, no valor de meio milhão de euros. Este projeto, a ser implementado pela Agência Portuguesa do Ambiente, visa a requalificação da zona, a criação de percursos pedestres e a promoção da biodiversidade local.
A intervenção inclui a criação de passadiços, a instalação de sinalética interpretativa, a recuperação de moinhos de água e a criação de áreas de descanso. Estas ações visam promover o turismo sustentável, valorizar o património natural e cultural da região, além de sensibilizar a população para a importância da conservação da natureza.
O projeto prevê também a reestruturação da vegetação, a requalificação dos trilhos existentes e a preservação do património natural e cultural, criando condições para o lazer e a mobilidade pedonal e ciclável.
Segundo a Ministra do Ambiente e Energia, citada em nota oficial, as Quedas do Rio Cabrão são «um tesouro natural que merece ser valorizado e preservado. Este projeto permitirá, não só a melhoria das condições de visitação, mas também a promoção da biodiversidade e a criação de um espaço de lazer e educação ambiental para a população».
«Este investimento é um exemplo de como podemos conciliar a proteção do ambiente com o desenvolvimento económico e social, ao transformar as Quedas do Rio Cabrão num destino turístico de excelência e ao promover a sua beleza natural e o seu valor histórico», diz Maria da Graça Carvalho.
O projeto, cuja execução está a cargo da Agência Portuguesa do Ambiente, terá início em breve e a sua conclusão está prevista para 2025.
As quedas do Rio Cabrão são um conjunto de elementos naturais, com grandes cavidades nas rochas e cascatas encaixadas num vale escarpado, dominado na base por afloramentos rochosos e calhaus graníticos, remetendo para as encostas e linhas de cumeada os matos dominados pelo pinheiro.
A presença de elementos históricos, como pontes, açudes e moinhos de água, acrescenta um valor cultural significativo ao local, tornando-o um ponto de interesse tanto para amantes da natureza, quanto para aqueles que apreciam a história e a arquitetura. [Redação].