A proibição do uso e da entrada de telemóveis nas escolas para o 1.º e 2.º ciclos foi recomendada esta quarta-feira (11) pelo Governo, que se reuniu num conselho de ministros quase totalmente dedicado ao tema da Educação.
Até agora, apenas 2% dos agrupamentos de escolas proibiam a utilização de “smartphones” nas escolas, mas o Governo acredita que mais estabelecimentos de ensino devem seguir esta medida.
«Hoje, temos muitas evidências de que a utilização de “smartphones” pode ser, não uma vantagem, mas uma desvantagem para as aprendizagens e que em determinadas idades o seu uso pode deteriorar o bem-estar das crianças», sublinhou o ministro da tutela.
«Para o 1.º e 2.º ciclos, até 12 anos, a recomendação é de proibição do uso e entrada do telemóvel na sala de aula e no recreio», concretizou Fernando Alexandre, «Vamos avaliar o efeito desta medida e no próximo ano decidir se ela tem de ser mais restritiva ou se funcionou», adiantou.
Quanto ao 3.º ciclo, para adolescentes entre 12 e 15 anos, «não há recomendação de proibição, mas de medidas que restrinjam e desincentivem o uso de “smartphones” no espaço escolar, mas aí entra a autonomia da escola, que pode tomar a decisão», explicou.
Para alunos mais crescidos, já no secundário, com mais de 15 anos, «é de qualquer maneira importante que haja uma estratégia dentro das escolas», considerou também Fernando Alexandre, sublinhando que há «muita evidência que a utilização de “smartphones” pode ser uma desvantagem para as aprendizagens e que até certas idades pode gerar comportamentos negativos para o bem-estar da criança».
A recomendação agora tomada é «baseada na evidência internacional que existe sobre a utilização de “smartphones” em ambiente escolar e alinhados com o que está a ser noutros países».
O Estatuto do Aluno já prevê que o uso de telemóvel é proibido na sala de aula e há uma recomendação do Conselho das Escolas no sentido de que seja restringido nas escolas em geral, mas só 2% proibiram a utilização. [Redação].