Atlético Cabeceirense continua sem campo

Não se pode dizer que esteja tudo perdido, mas que o início das competições da Associação de Futebol de Braga estão quase a iniciar-se e que o Atlético Cabeceirense não tem ainda campo para jogar, nem se vislumbra que o tenha tão rápido, é um facto. Embora se saiba que «as máquinas já chegaram ao terreno», o que é certo é que os treinos da nova equipa –- que pediu em maio a sua filiação na AFBraga — começaram esta semana (19 a 23 de agosto) e tiveram de se espalhar entre os recintos desportivos de Cavez e do Arco de Baúlhe.

A competição da designada “Primeira Divisão da AFBraga” só tem início oficial no primeiro fim-de-semana de outubro – o calendário não está ainda definido e o sorteio só acontece nos princípios de setembro –, é certo que, oficialmente, nada aconteceu depois da visita dos técnicos da estrutura organizadora das competições regionais ao campo de São Nicolau, em julho passado.

O Terras de Basto – que não conseguiu chegar à fala com os jovens dirigentes do Atlético Cabeceirense, que se resguardam nesta difícil relação com os responsáveis autárquicos – sabe que tudo está dependente da resposta da Câmara Municipal ao que lhe foi solicitado: colaboração na preparação do recinto de jogos do São Nicolau de Basto.

Embora as formalidades possam esperar, é um facto que também entre o Atlético Cabeceirense e o Município não foi estabelecido ainda nenhum protocolo neste âmbito, o mesmo acontecendo entre o Atlético Cabeceirense e o São Nicolau de Basto.

Fonte que acompanha este processo de perto garantiu, entretanto, que a intervenção mais substancial implica com o próprio terreno de jogo, que nem condições para um treino reúne, por força de não estar a ser usado há algum tempo.

A intervenção no terreno de jogo obriga, além de outros trabalhos, à adição de «cerca de 40 camiões de saibro» e a sua compactação, trabalhos em que os dirigentes do clube esperam a colaboração municipal.

A fonte que estamos a citar admite que, perante a amplitude da imperativa intervenção no campo do São Nicolau de Basto, teria sido «bem melhor» ter feito essa intervenção no terreno de jogo do antigo Estádio das Cerdeirinhas, afinal a casa-mãe do Atlético Cabeceirense.

Refira-se que, mesmo que o Município de Cabeceiras de Basto venha a encontrar financiamento para a obra «de milhões» que preconiza para o Estádio António José Queirós Gomes Pereira, ela não acontecerá nunca para as próximas épocas.

Facto é que, tendo embora apresentado publicamente um arrojado projeto de intervenção no Municipal das Cerdeirinhas e de o ter entretanto reformulado, também financeiramente, a Câmara de Cabeceiras de Basto não encontrou ainda forma de arranjar dinheiro para as obras que se impõem num recinto desportivo completamente em ruína, abandonado desde que deixou de ser usado há alguns anos pelo Atlético Cabeceirense.

A reabilitação deste espaço desportivo tem motivado as mais acesas discussões politico-partidárias no contexto municipal, tendo levado, por exemplo, o líder da Oposição, o social-democrata Manuel António Teixeira, a propor em reunião da vereação que a câmara procedesse, pelo menos, ao corte do mato no Estádio das Cerdeirinhas e aí criasse as condições para que, em terreno pelado, o Atlético Cabeceirense pudesse fazer os seus jogos oficiais.

Inativo desde a temporada de 2017/18, em que apenas tinha equipas de formação [sem séniores desde 2014/15], elegeu em finais de novembro uma direção, fruto da mobilização de um grupo de jovens que decidiu reabilitar o clube com o apoio de alguns seniores identificados com a história do Atlético.

Pelo que se sabe através de fontes informais – as fontes oficiais fogem à obrigação de informar! –, é este o cenário que envolve a coletividade desportiva fundada em 1946, que maior palmarés granjeou na sua história e que em muito contribuiu, não só para a prática desportiva dos cabeceirenses, mas para a coesão social desta comunidade. [Redação].