Uma vedação da envolvente à polémica fábrica de corte de pedra no centro da freguesia de Pedraça, em Cabeceiras de Basto, está a provocar a «indignação» da população, concretamente dos residentes mais próximos.
A indignação, pelo impacto que a estrutura tem a vários níveis, tem aumentado nos últimos dias, desde que começou a fazer-se sentir, tendo levado a que vários dos contestatários tenham disso dado conta esta quarta-feira (14) junto da autarquia local.
«Porque desconfiamos de que esta vedação não está devidamente autorizada e porque discordamos totalmente da sua instalação, não só pelo impacto que têm dois metros de folha de zinco nesta extensão, mesmo no coração da nossa terra, mas também porque estão em causa razões de segurança rodoviária, resolvemos falar com o presidente da Junta de Freguesia», contou ao Terras de Basto um dos populares que contesta a obra.
A este jornal, Luís Mouta confirma o contacto «de alguns populares indignados», o que lhe motivou uma deslocação à obra e a confirmação de que não existe qualquer autorização municipal, pelo menos na posse de quem no local está a trabalhar.
«Mandei, claro, parar a obra e entrei em contacto com a Câmara Municipal; disseram-me apenas que estava para sair a licença de umas vivendas geminadas…», adianta o autarca, confirmando que a estrutura de suporte da vedação está a ser cravada no muro de suporte da estrada municipal, ou seja, em propriedade municipal.
Afirmando-se também ele «indignado», Luís Mouta – o líder concelhio do movimento de cidadãos “Independentes Por Cabeceiras” – diz que o contacto com a Câmara Municipal não foi feito com a estrutura política, antes com um técnico municipal.
Ao presidente do executivo municipal, o Terras de Basto acaba de perguntar, entretanto, se «está devidamente licenciada pela Câmara Municipal a vedação em causa», se «estão devidamente acauteladas as questões de segurança rodoviária que a vedação acarreta», se, «no licenciamento municipal foi tido em conta o impacto visual de tal estrutura no coração da freguesia» e se, «tendo em conta a alegada participação da Junta de Freguesia, tomou alguma decisão a Câmara Municipal neste contexto».
Embora seja habitual a negação de informação do presidente da Câmara Municipal a este jornal, o Terras de Basto aguarda a resposta às questões formuladas. [JPM].