O Presidente da República condecorou esta quinta-feira (25) o cantor Tony Carreira com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique, em Paris, elogiando a sua ligação às comunidades emigrantes e considerando-o um símbolo da diáspora portuguesa.
O cantor – recorde-se – tem agendado para sábado (27), às 23h00, numa praça de Celorico de Basto, um dos seus próximos concertos, integrados nas festas concelhias.
No discurso que fez na cerimónia realizada na Embaixada de Portugal em Paris, Marcelo Rebelo de Sousa enquadrou-a como uma «homenagem à comunidade portuguesa em França», através de «um símbolo» e de «um grande da comunidade», mas que «está presente nas comunidades portuguesas em todo o mundo».
«Tony Carreira tem a sua vida, tem a sua obra, tem a sua carreira – tem a sua carreira, até o nome é bem escolhido – e desperta, por onde há portugueses, um afeto, uma proximidade, de alguma maneira uma empatia que naturalmente ultrapassa apenas aquilo que são as suas ligações a esta comunidade», afirmou.
Segundo o chefe de Estado, é de louvar «o que ele tem significado para a comunidade, para a diáspora espalhada pelo mundo, mas nesta em particular», junto da qual «alinhou numa série de obras sociais» e «testemunhos de solidariedade», mantendo-se «leal em relação aos seus amigos e companheiros de percurso ao longo de décadas».
Para Marcelo Rebelo de Sousa, «isso não tem preço» e «bastava isso para merecer um Infante D. Henrique», figura histórica que simboliza a «projeção universal» de Portugal, hoje representado em altos cargos como os de secretário-geral das Nações Unidas e presidente do Conselho Europeu.
«Como é que o país tem esta projeção? Tem pela força das suas gentes, por este ser plataforma. Ora, nessa plataforma de afetos, temos este homem que é um símbolo da plataforma de afetos. E essa é a dimensão que me sensibiliza mais. Não é que eu não goste de o ouvir, não goste de o acompanhar noutras facetas da sua vida», acrescentou.
Tony Carreira, nome artístico de António Manuel Mateus Antunes, nascido em 1963 no concelho da Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, assinalou 30 anos de carreira em 2018.
Começou a cantar em França, para a comunidade portuguesa, numa banda constituída com os irmãos, “Irmãos 5”. A subida ao palco do Casino Peninsular da Figueira da Foz, em 05 de março de 1988, é considerada o início do seu percurso musical. Nesse ano, depois da participação no Festival da Canção da Figueira da Foz, editou o primeiro ‘single’, já a solo. O primeiro álbum do cantor, “Não vou deixar de te amar”, é de 1991.
Ao longo da carreira, gravou 28 álbuns, 20 dos quais de originais, e quatro “dvd’s”, nos quais ficaram registados, entre outros, concertos no Olympia, em Paris, e na Altice Arena, em Lisboa. Em 2016, foi distinguido em França com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras. [Com Lusa].