Não faltariam razões para render homenagem pública a quem governou o Município de Mondim de Basto durante 27 anos, mormente em tempos de míngua também no autarcismo. Poucos anos haviam passado sobre a “revolução dos cravos” e sobre a mudança de regime. A democracia impunha-se ao ritmo com que o país debelava as evidentes carências. Foi nessa realidade que Fernando Carvalho Branco Pinto de Moura assumiu pela primeira vez a presidência da câmara municipal, eleito em sufrágio democrático.
Dizíamos que não faltariam razões para lhe prestar tributo, mas, curiosamente, uma delas apresentou-se como por demais evidente, mormente nos tempos que correm. «Não conhecemos uma placa que seja com o seu nome a dizer que inaugurou esta ou aquela obra; não fazia inaugurações, fazia obra», sublinham os promotores da homenagem que lhe vai ser prestada esta quinta-feira (25), quatro anos depois do seu falecimento.
Ao contrário do que é mais vulgar, a iniciativa – que se cumpre em dia de feriado municipal – partiu da sociedade civil, que assim pretendeu suprir a ausência dos poderes instituídos, que nunca se chegaram à frente para este «ato de justiça». É assim notório o esforço para disfarçar a incomodidade que o abaixo-assinado causou junto do poder político, habituado a ser protagonista único deste tipo de iniciativas, olvidando a sociedade civil.
Para que melhor se perceba a tristeza com que assistem a esse evidente incómodo do atual poder, convém referir que os promotores da evocação – embora ela surja publicamente como uma ação oficial do município – são homens que privaram de muito perto com Pinto de Moura, que trabalharam com ele na tecnoestrutura municipal e política e que lhe reconhecem sobejas qualidades e feitos para que tivesse sido oficial e dignamente lembrado por iniciativa dos líderes autárquicos. Falamos concretamente de Alfredo Pinto Coelho, Fernando Mota Miranda, José António Gonçalves, José António Nobre e Manuel Marinho da Costa, parte deles já aposentados, outros a exercer fora do concelho, mas alguns ainda no exercício de funções na autarquia mondinense.
Leia o Destaque que o Terras de Basto dá a este tema na sua edição impressa desta quinta-feira (25), um trabalho do nosso diretor João Paulo Mesquita. Quanto à edição impressa, ela está por ai em distribuição em todas as Terras de Basto, mas se pretende receber por via digital, envie-nos o seu endereço para diretor@terrasdebasto.pt