Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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Veade já pode explicar a sua igreja

O presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto considera que a inauguração do Centro Interpretativo da Igreja de Veade, ocorrida este domingo (14), é um passo significativo para fortalecer ainda mais a Rota do Românico, um percurso que abrange diversos monumentos de grande relevância histórica e artística na região do Tâmega e Sousa e onde se incluem já as igrejas de Ribas e Fervença e o castelo de Arnoia.

Falando na sessão inaugural – de que esteve ausente por impedimento de última hora o secretário-geral daquela rede –, José Peixoto Lima considerou a igreja de Veade «uma jóia da arquitetura românica que tem resistido ao tempo», cuja arquitetura, capitéis esculpidos, portal românico e os frescos antigos nos falam de «uma era de grandeza e profunda espiritualidade» em que «cada pedra conta uma história e cada detalhe arquitetónico é uma ligação às raízes».

A partir de agora, o espaço de culto católico tem «um espaço de leitura da sua história», que – soube o Terras de Basto – não tem ainda a garantia de abertura diária ao público, o que foi reivindicado pelo autarca celoricense: uma equipa de especialistas afeta à Rota do Românico vai garantir a sua abertura ao público durante parte dos dias das próximas semanas, mas não está definido que tal se prolongue por muito tempo, «porque não há recursos humanos para tal».

«Este espaço que hoje inauguramos não pode estar fechado, tem de ter vida em permanência; já falamos sobre este assunto por variadas vezes e espero que a Rota do Românico, com a sua capacidade e apoio do Município, tenha este aspeto em devida conta», fez então questão de afirmar Peixoto Lima.

Para o autarca, a criação deste centro interpretativo reflete a dedicação do seu executivo à preservação da memória comum, de que é exemplo a valorização em curso do Castelo de Arnoia, «símbolo maior da muita antiga e característica Terra de Basto, que integrava todo o território do trecho médio do rio Tâmega, desde a Serra da Cabreira até à Serra da Aboboreira».

Referiu-se igualmente à requalificação do circuito turístico dos moinhos de Argontim, no alto da Serra da Lameira, a que será associado um percurso ribeirinho, bem assim como à reabilitação integral do património edificado das estações de caminho-de-ferro ao longo da Ecopista do Tâmega, como a de Canedo de Basto, que será inaugurada em agosto próximo.

O autarca fez alusão, neste âmbito, à recuperação das antigas escolas primárias, concretamente àquelas «que ainda estão na posse do município», circunstância em que garantiu que não venderia nenhuma das que são municipais.

«Mas para todas elas queremos um uso e utilidade; (…) A recuperação do património só por si é importante, mas também é muito importante que nos preocupemos com a vida que queremos dar a esses espaços», sublinhou.

José Peixoto Lima aproveitou a circunstância para falar de algumas das obras na freguesia de Veade e suas limítrofes, designadamente a criação do Centro Cultural de Fermil; a rede de saneamento, em que foram investidos mais de dois milhões de euros; a instalação da rede de gás natural, em curso; as 367 candidaturas privadas no âmbito da Estratégia Local de Habitação; e a execução em curso de mais um troço da Variante do Tâmega, «que vão alterar toda a acessibilidade neste território, passando Fermil a estar mais perto de Celorico e de Mondim».

Aproveitou igualmente para expressar a sua «profunda gratidão» a todos quantos tornaram possível o Centro Interpretativo da Igreja de Veade, citando particularmente a junta de freguesia e a paróquia. Aliás, já no início da sua intervenção, o autarca celoricense se referira com enlevo ao presidente da junta, Félix Peneda, e ao padre Parcídio Rodrigues, que reconheceu «particularmente felizes». O edil reagia, também desta forma, a palavras verdadeiramente encomiásticas que lhe haviam sido dirigidas pelo pároco.

Peixoto Lima cumprimentou igualmente a presidente da Associação de Municípios do Baixo Tâmega e autarca de Marco de Canavezes, Cristina Vieira, que formalizou a candidatura deste centro interpretativo a fundos comunitários; e o vogal-executivo do “Norte 2030”/Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, o mondinense Humberto Cerqueira, a quem dirigiu palavras de grande apreço, relevando, entre outros, os seus sucessos na direção da Escola Profissional de Agricultura de Fermil.

A intervenção no edifício passou essencialmente pelo piso superior, correspondendo à área de exposição e interpretação da Rota do Românico e das origens e transformações da igreja. O espaço expositivo é apoiado por três salas para ações pedagógicos, uma sala para serviços administrativos e instalações sanitárias.

O investimento – que contemplou empreitada, museografia e mobiliário – rondou os 211 mil euros, com uma comparticipação de 85% de fundos comunitários. [JPM].

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