O compositor Nuno Costa, natural de Cerva – Ribeira de Pena, acaba de conquistar o prestigiado “Irino Prize”, atribuído pela “Irino Prize Foundation”, do Japão. A obra “Sequentia”, composta durante os estudos na Haute École de Musique de Genève, na Suíça, foi a responsável pela vitória deste importante prémio internacional.
«Isto acentua-me a felicidade destes dias, em que também celebrei o meu aniversário e em que concluí, com sucesso, os meus estudos em Genebra! Um belo mês de novembro, para mim. A peça que me permitiu esta conquista é a “Sequentia”, para nove instrumentos, e escrevi-a durante os meus estudos na Haute école de musique de Genève, tendo sido aí apresentada, na catedral, pelo “Ensemble Contrechamps”, sob a direcção de Clémence Le Gac», conta.
O Município de Ribeira de Pena veio já a público expressar o seu regozijo com a conquista deste prémio por um munícipe, afirmando que «se orgulha da conquista de Nuno Costa, vencedor do “47.º Irino Prize”, um prémio que coloca o nome do concelho e de Portugal em destaque nos maiores palcos internacionais da música contemporânea».
Nuno Costa tem uma carreira já reconhecida, sendo a sua música apresentada em importantes festivais e espaços de renome internacional, como o “Festival Musica”, em Estrasburgo, e o “ISCM World Music Days”, em Liubliana e Auckland. Recebeu também diversas bolsas e prémios ao longo da carreira, como o “ISCM Young Composer Award” e a “Bourse Artistique da Casa de Velázquez”.
Nuno Costa está a fazer o doutoramento em Ciências da Cultura na Universidade do Minho, «onde segue a sua pesquisa e contribui para o enriquecimento da música contemporânea com uma abordagem criativa e inovadora», sublinha, entretanto, o município.
«Esta conquista é uma prova do talento e da dedicação de Nuno Costa, que, através da sua música inovadora e profundamente ligada à tradição cultural portuguesa, tem dado visibilidade ao país em diversos festivais e eventos de renome internacional», sublinha a nota municipal.
Já Nuno Costa, sublinha que, quando envia o seu trabalho para os concursos ou instituições, o faz convencido de que está a enviar o melhor da sua produção, tal como agora aconteceu. «Mas surpreendeu-me que tenha sido com esta peça, e não com outra, que tenha conseguido ganhar este prémio; surpreende-me apenas porque, quando compus a peça “Sequentia”, estava muito consciente de que o fazia num momento de fragilidade humana, ainda a sair de um período que tinha sido muito marcado pelos sentires pandémicos, e a trabalhar para ficar tão somente a viver na e para a Arte», conta.
Como criar implica sempre um “dar-de-nós” – acrescenta –, essa fragilidade foi o que o norteou nesta composição, não obstante concordar «plenamente» com Stravinsky quando diz que a sinceridade em música é um “sine qua non” que não garante nada. «Admito que esse meu possível “estado” de fragilidade o foi porque houve uma sinceridade total, dentro do que é possível, em deixar escorrer de mim para a vida/música, ou então da vida/música para mim. Não se trata propriamente de uma escolha, é gravitacional: uma força que leva em direção ao centro do Ser e acontece, por isso, um Estar; logo É-se porque se Está e Está-se porque se É. Nada de novo, portanto», afirma. [Redação].