O presidente da comissão política concelhia do Partido Socialista de Cabeceiras de Basto deu cumprimento esta semana ao mandato de que era portador para convidar o atual presidente da Assembleia Municipal a recandidatar-se ao cargo nas eleições autárquicas do próximo ano, soube o Terras de Basto junto de fonte partidária.
De acordo com a fonte, o encontro aconteceu esta terça-feira (12) e Fernando Basto – que protelava o mandato que o partido lhe havia dado há mais de dois meses para formalizar o convite – fez-se acompanhar de outros elementos do secretariado socialista, cujo nome não foi possível apurar.
Da comitiva não fazia parte o presidente da Câmara Municipal, Francisco Teixeira Alves, uma «ausência que não deixa de assumir significado preponderante», até porque «foi o primeiro e único socialista cabeceirense a marcar o terreno eleitoral», anunciando numa entrevista a um diário de Braga que pretendia recandidatar-se a novo mandato.
Joaquim Barreto, por seu turno, confirmou a este jornal que esteve, de facto, «reunido com o senhor presidente da comissão política e com outras pessoas» e que falaram «de política que interessa aos cabeceirenses», recusando-se a adiantar a substância do momento.
O Terras de Basto sabe, contudo, que o histórico socialista – que já anunciou há meses, em sede de plenário municipal, que não voltaria a candidatar-se ao cargo – não fechou a porta à proposta que agora lhe foi verbalizada por Fernando Basto, trazendo, no entanto, à discussão algumas sugestões que já havia formulado nos inícios deste ano em contexto partidário.
A crer nas fontes ouvidas, o ainda presidente da Assembleia Municipal terá sublinhado aos seus interlocutores que era preciso saber «qual é o estado da nação», o mesmo é dizer que «era preciso saber como estão os eleitores perante o PS», e que, «para tomar uma decisão destas, era preciso ter mais elementos, mais informação sobre o que pensa o eleitorado», conhecer «as razões que podem justificar a sua recandidatura», mormente depois de ter dito que não voltaria a ir a eleições.
Em suma: Joaquim Barreto quer que o partido mande fazer a habitual sondagem, para saber com bases mais científicas a predisposição dos eleitores para voltar a confiar nos socialistas e se se justifica a sua própria recandidatura.
Embora reconheçam que «o PS tem vindo a perder votos de eleição para eleição, desde a renúncia de China Pereira», as fontes em causa chamam a atenção para o facto de «a perceção ser uma coisa e a realidade outra», assim acreditando em que, «muito provavelmente, ainda será possível preparar um plano vencedor», que dê sequência «ao projeto coletivo iniciado em 1994».
Tanto quanto foi possível apurar, não foram definidos termos temporais para uma decisão final, sendo de esperar que, depois deste convite, o PS providencie a realização do estudo de opinião sugerido por Joaquim Barreto, «para que todos tenham uma ideia mais aproximada de qual é a sua situação eleitoral».
Apesar do convite finalmente formalizado ao ainda detentor do cargo, o bloco socialista instalado na Câmara Municipal – tal como o Terras de Basto já noticiou – nutre simpatia pela ideia de ver o histórico líder do movimento de cidadãos “IPC”, Jorge Machado, a regressar ao PS e a assumir-se seu cabeça-de-lista à Assembleia Municipal. [JPM].
