A “guerra” de comunicados em torno de investimentos na freguesia de Bilhó, em Mondim de Basto, está mais viva do que nunca, sucedendo-se as tomadas de posição das duas principais estruturas partidárias, uma no poder, outra na oposição.
Esta quinta-feira (12) foi dia de mais duas investidas, a primeira dos sociais-democratas, que, reagindo ao comunicado dos socialistas no dia anterior, preferiram sublinhar que o “projeto de requalificação da envolvente da igreja e de construção da casa mortuária” corresponde ao «maior investimento municipal das últimas décadas» na freguesia, significando «aproximadamente 350 000 euros».
Além da construção da casa mortuária, o PSD/Mondim de Basto realça que, neste contexto, «será executado o alargamento da estrada municipal, a criação de lugares de estacionamento, acessos condignos às infraestruturas envolventes – igreja e casa paroquial – e a construção de casas de banho».
Para esta intervenção – dizem – será necessário demolir muros e equipamentos já existentes, de uso da casa paroquial, nomeadamente uma zona de lazer que será reposta noutra local do edifício paroquial.
Em resposta a este comunicado, os socialistas trazem de novo à colação a questão – por si denunciada no dia anterior – da alegada construção de uma churrasqueira no projeto da casa mortuária do Bilhó: «na impossibilidade de o desmentir, [o PSD] tentou um argumentário que apenas confirma o incómodo», dizem.
«Incapaz de negar a construção da churrasqueira, o projeto e documentos públicos assim o impedem, opta por alterar o nome: zona de lazer; fica claro que há a construção de uma churrasqueira, que não existia, construída apenas e só por opção; fica, por isso, claro que na publicação do PS não há qualquer mentira, mas haverá muito por esclarecer sobre as opções que sustentam esta obra», insinuam.
Referindo-se ao «maior investimento público no Bilhó», diz o PS/Mondim de Basto que os sociais-democratas omitem que «todo o investimento, à exceção de uma pequena faixa, não ficará no domínio público». «Na imagem, extraída do projeto, identifica a roxo a pequena faixa que reverte para o domínio público. O maior investimento no Bilhó em décadas passará a ser património da Fábrica da Igreja do Bilhó», acusa.
Quanto a outros benefícios, entre os quais a estrada, o partido liderado por Nuno Lage diz que, além de ser falso que ela vai ser alargada, «é inaceitável que numa empreitada desta envergadura se desperdice a oportunidade para efetivamente alargar» aquela via.
Os sociais-democratas – no poder, em primeiro mandato – acusam, entretanto, os dirigentes socialistas, que dizem ter sido «incapazes de executar projetos desta grandeza nas freguesias do concelho», de «mentir deliberadamente».
«Descendo ainda mais a linha da ética e da política suja, pretendem desqualificar os investimentos projetados», acusam ainda, afirmando que as críticas socialistas «espelham o vazio de ideias e de projeto para o futuro do concelho».
Ensaiando a vitimização, o PSD/Mondim de Basto conclui o seu comunicado afirmando que esta pressão política sobre a sua governação não o fará desistir de «melhorar as condições de vida de todos os mondinenses».
Respondem os socialistas que continuarão «a denunciar a má utilização do dinheiro público, em obras faraónicas, com detalhes insólitos, sempre que assim se justifique». [Redação].